Chávez, que desde terça-feira está em Havana para seguir com seu tratamento contra o câncer, diz que na Venezuela não existem presos políticos (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2012 às 17h21.
São Paulo - Familiares de autodenominados "presos e perseguidos políticos" venezuelanos pediram neste sábado ao presidente Hugo Chávez que decrete anistia para todos eles devido às declarações do ex-juiz Eladio Aponte, que semanas atrás revelou do estrangeiro casos de manipulação de ordens judiciais no país.
"Nós também pedimos a Deus que ilumine sua alma e toque seu coração para que, de maneira definitiva, através de um decreto de anistia, possa conceder a liberdade plena aos presos e perseguidos políticos", disse em um discurso Osmary Pérez, filha do dirigente político Oscar Pérez, dirigindo-se a Chávez após desejar-lhe uma rápida cura do câncer.
A filha de Pérez, dirigente da Alianza Bravo Pueblo (ABP) exilado no Peru, se dirigiu depois aos filhos de Chávez e lhes pediu que intercedam ante seu pai para terminar com o que classificaram de "pesadelo".
Chávez, que desde terça-feira está em Havana para seguir com seu tratamento contra o câncer, diz que na Venezuela não existem presos políticos.
O ex-juiz, de 63 anos, acusou em suas declarações o ministro de Defesa, Henry Rangel Silva, e ao chefe da Quarta Divisão Blindada do Exército, general Cliver Alcalá, entre outros altos funcionários do governo venezuelano.
Além disso, afirmou que recebeu "ordens da presidência" para "favorecer e manipular casos", como os de muitos "presos políticos".
Aponte foi destituído no dia 20 de março pela Assembleia Nacional ante acusações de que havia a fornecido credenciais ao narcotraficante Walid Makled.
O governo venezuelano informou nesta quarta-feira que a Interpol emitiu uma ordem de captura contra o ex-juiz, que realizou suas polêmicas declarações dos Estados Unidos.