O ministro Guido Mantega disse que os emergentes vão crescer mais do que os países desenvolvidos. Para André Sacconato, é melhor que o Brasil dependa da China do que da Europa (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2012 às 10h32.
Cidade do México - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse neste sábado com todas as letras o que todos já sabem: o Brasil e os demais países emergentes do G-20 só irão apoiar um aumento de aporte do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dar sua colaboração se os próprios europeus colocarem mais as mãos nos bolsos para se ajudarem entre si e se as nações avançadas reconhecerem mais a importância dos emergentes no FMI e no Banco Mundial.
"Para reforçar o Fundo, os europeus têm que fortalecer mais o firewall (muro de proteção financeira). A Europa tem mais recursos do que diziam que tinham; basta ver a ação do Banco Central Europeu (BCE), que pode enfrentar a situação dos bancos europeus, dando-lhes liquidez. O BCE demorou um pouco (para agir), mas agora apareceu", afirmou o ministro, que está na Cidade do México, onde participa do encontro das 20 maiores economias do mundo, o G-20.
Mantega também reclamou que existe atualmente uma tendência de retrocesso em relação à reforma de cotas do FMI, que daria maior participação dos emergentes na instituição. "Não podemos concordar com aumento de recursos se não for levada ao pé da letra a reforma de cotas de 2010, com o desdobramento de rever critérios para participação dos países e com a continuidade da reforma de 2014", explicou.
Em relação à eleição do novo presidente do Banco Mundial, Mantega disse que é importante que se abra uma processo com tempo hábil para que os países possam apresentar candidatos. Além disso, o ministro afirmou que os candidatos devem obedecer não ao critério da nacionalidade, mas ao "critério do mérito".