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Israel recupera corpo de brasileiro em Gaza, o 4º morto pelo Hamas

Além de Michel Nisenbaum, foram encontrados os restos mortais do franco-mexicano Orión Hernández Radoux e do israelense Hanan Yablonka

Michel Nisembaum estava como refém do Hamas desde outubro (Reprodução /Reprodução)

Michel Nisembaum estava como refém do Hamas desde outubro (Reprodução /Reprodução)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 25 de maio de 2024 às 10h10.

O Exército de Israel informou nesta sexta-feira, 24, que recuperou o corpo do brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos, morto no ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro. Outros dois corpos foram encontrados. Nisenbaum foi a quarta vítima brasileira do Hamas. Não há informação sobre outros brasileiros desaparecidos.

Uma operação conjunta com os serviços de inteligência em Jabaliya, no norte do enclave, permitiu recuperar os corpos durante a noite. Além de Nisenbaum, foram encontrados os restos mortais do franco-mexicano Orión Hernández Radoux e do israelense Hanan Yablonka. Os três foram identificados por autoridades médicas do Instituto Forense Nacional de Israel e pela polícia israelense. As famílias foram notificadas.

O Exército explicou que eles foram mortos no dia do ataque no cruzamento de Mefalsim e seus corpos foram levados para a Faixa de Gaza. O anúncio foi feito menos de uma semana depois que o Exército comunicou ter encontrado os corpos de três outros reféns israelenses mortos em 7 de outubro.

Nisenbaum, morador da cidade israelense de Sderot, perto de Gaza, foi contatado pela última vez no dia do ataque do Hamas. Ele teria sido capturado quando, ao sair de Sderot, se dirigia para o kibutz Re'im, na fronteira com Gaza, onde uma das netas estava na casa do pai, um militar. A menina, de 4 anos, foi camuflada pelo pai com um casaco e distraída com um brinquedo durante os ataques ao local. Ela sobreviveu.

Mefalsim, a cidade onde o Exército disse que o brasileiro foi morto, fica a 5 km de Sderot. Natural de Niterói, Nisenbaum se mudou para Israel aos 12 anos e trabalhava como guia turístico. Terroristas do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas, principalmente civis, e sequestraram outras 250. Cerca de metade desses reféns foi libertada desde então, a maioria em trocas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel, durante o cessar-fogo de uma semana, em novembro. Israel diz que cerca de 100 reféns continuam em cativeiro em Gaza, assim como os corpos de outros 30.

Em nota divulgada ontem, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil se solidarizou com a família de Nisembaum. "O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda tristeza e consternação, da morte do cidadão brasileiro Michel Nisembaum", afirma a nota do Itamaraty, que pediu a liberação imediata de todos os reféns e negociações por cessar-fogo. Entidades da comunidade judaica brasileira, no entanto, criticaram atuação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Quando um grupo de palestinos de Gaza com passaporte brasileiro chegou ao Brasil, o presidente Lula afirmou que nenhum brasileiro ficaria para trás. Mas, na cabeça dele, ele só estava se referindo aos palestinos", afirmou o presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), Marcos Knobel, que está em Israel, em entrevista ao Estadão.

"O governo poderia ter feito muito mais para libertar Michel ou para que tivéssemos a confirmação da morte do brasileiro e a recuperação do corpo."O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, prometeu eliminar o Hamas e levar todos os reféns de volta para casa, mas fez pouco progresso. Ele enfrenta pressão para renunciar, e os EUA ameaçaram reduzir seu apoio devido à grave situação humanitária em Gaza.

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