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Fed deve reduzir compra de títulos e rescrever orientação

Decisão representaria tanto continuidade quanto um aceno para a realidade econômica

Federal Reserve: redução nas compras mensais do Fed de Treasuries e títulos hipotecários em 5 bilhões de dólares cada, como amplamente esperado, levaria o total mensal para 55 bilhões de dólares (Karen Bleier/AFP)

Federal Reserve: redução nas compras mensais do Fed de Treasuries e títulos hipotecários em 5 bilhões de dólares cada, como amplamente esperado, levaria o total mensal para 55 bilhões de dólares (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2014 às 11h38.

Última atualização em 5 de novembro de 2016 às 16h38.

Washington - O Federal Reserve, banco central norte-americano, deve reduzir as compras de títulos pela terceira vez seguida nesta quarta-feira e provavelmente vai rescrever a orientação sobre quando pode eventualmente elevar as taxas de juros.

Ao fim da primeira reunião do Fed presidida por Janet Yellen, essa decisão representaria tanto continuidade quanto um aceno para a realidade econômica.

A redução nas compras mensais do Fed de Treasuries e títulos hipotecários em 5 bilhões de dólares cada, como amplamente esperado, levaria o total mensal para 55 bilhões de dólares. Além disso, manteria o banco central no caminho apresentado pelo predecessor de Yellen, Ben Bernanke, para reduzir o programa em passos medidos.

É menos certo o que o Fed fará sobre sua orientação quanto à taxa de juros. O banco central tem dito desde dezembro de 2012 que não vai considerar elevar as taxas de curto prazo até que a taxa de desemprego caia para ao menos 6,5 por cento, desde que a inflação permaneça contida.

Mas a taxa de desemprego já recuou para 6,7 por cento, em parte em função de pessoas desistiram de procurar emprego, e autoridades acham que a economia ainda está longe de se mostrar pronta para juros mais altos.

Autoridades do Fed têm indicado que devem descartar o patamar numérico e adotar orientação mais qualitativa, mas exatamente como se dará a mudança ainda não está claro.

O desafio que enfrentam é fazê-lo sem alterar as expectativas do mercado sobre quando acontecerá o primeiro aumento dos juros. Atualmente, as estimativas apontam que isso deve ocorrer em meados do ano que vem, em linha com a visão de alguma das principais autoridades do Fed.


O economista-chefe do Bank of the West, Scott Anderson, disse que o desfecho provavelmente será "um comunicado qualitativo menos transparente, e talvez menos útil" sobre as condições econômicas que o Fed quer ver antes de elevar os juros.

Mercados

O Fed tem mantido as taxas overnight quase zeradas desde dezembro de 2008 e comprou mais de 3 trilhões de dólares em dívida de longo prazo para manter baixos os custos de financiamento e estimular o investimento e o emprego.

O banco central começou a reduzir o estímulo em dezembro, anunciando corte nas compras mensais de títulos de 10 bilhões de dólares. Em janeiro, o Fed informou que reduziria as compras em mais 10 bilhões de dólares.

Ao mesmo tempo, buscou aplacar qualquer expectativa do mercado de que a alta dos juros acontecerá em breve com sua chamada orientação futura. Mas a marca determinada para a taxa de desemprego pode ser rompida em breve e autoridades querem encontrar uma maneira mais durável de telegrafar sua visão sobre quando apertarão a política monetária.

Mesmo autoridades que preferem uma alta mais cedo querem que o comitê de política do Fed evite surpresas que possam levar a turbulências no mercado.

"Tenho certeza que este comitê estará interessado em fazer seu melhor para comunicar o que prevemos para a política", disse o presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, neste mês.

O Fed anunciará a decisão em comunicado às 15h (horário de Brasília). Trinta minutos depois, Yellen dará sua primeira entrevista à imprensa desde que assumiu o comando do banco central em 1º de fevereiro.

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