Parte do investimento será usado em energias limpas (Arquivo/EXAME)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2011 às 13h34.
Pequim - O secretário de Comércio dos Estados Unidos, John Bryson, afirmou nesta segunda-feira, após se reunir com empresários chineses, que a China investirá US$ 1,7 trilhão nos próximos cinco anos em setores de novas tecnologias emergentes.
Bryson informou em entrevista coletiva que essa enorme quantia será destinada a 'setores estratégicos' ligados a energias limpas.
O secretário declarou que, durante seus encontros com os empresários chineses, pediu a participação igualitária das empresas americanas com as companhias chinesas nesses setores e a garantia da proteção dos direitos de propriedade intelectual.
Bryson fez essas declarações no encerramento da 22ª Comissão Conjunta de Comércio entre China e EUA (JCCT, sigla em inglês), realizado na cidade de Chengdu, na província de Sichuan.
O novo investimento da China, destinado a mudar seu modelo de crescimento econômico, representa mais que o dobro do pacote de resgate lançado por Pequim em 2008 para enfrentar a crise.
Bryson destacou que os encontros de Chengdu com os empresários chineses tiveram avanços significativos e concretos.
A agência estatal 'Xinhua' informou que os dois países assinaram nesta segunda cinco acordos comerciais sobre direitos de propriedade intelectual, tecnologia, estatísticas comerciais, energia e cooperação em negócios.
Bryson é um dos três presidentes do encontro, junto com o vice-primeiro-ministro chinês, Wang Qishan, e o representante de Comércio dos EUA, Ron Kirk.
Durante o encontro desta segunda, último da atual 22ª rodada de reuniões do JCCT, Wang afirmou que seu país considera que a recessão global é 'crônica' e que propôs estreitar a colaboração com seu parceiro comercial em benefício da economia mundial.
China e EUA são, respectivamente, os segundos maiores parceiros comerciais entre eles, com uma troca comercial de US$ 385,3 bilhões em 2010.
Entre janeiro e outubro, o comércio bilateral entre China e EUA alcançou US$ 363,1 bilhões, representando um aumento anual de 17%.
A China se tornou, no início do ano, a segunda potência econômica, ao superar o Japão, o que fez Wang pedir um esforço conjunto com a primeira potência, os EUA, para ajudar a recuperar a situação global.
Apesar de o crescimento chinês ter se elevado neste ano, o ritmo apresentou uma diminuição de 9,7%, no primeiro trimestre do ano para 9,1%, no terceiro.
No entanto, os atritos comerciais entre as duas potências são frequentes, já que o déficit dos EUA com a China atingiu um recorde de US$ 273,1 bilhões no ano passado, US$ 46,2 bilhões acima dos dados de 2009.
Washington acusa a China de manter artificialmente baixa sua moeda, o iuan, para promover as exportações baratas, que provocam a perda de milhões de postos de trabalho, segundo os EUA. EFE