Brasil quer ajudar o país a atualizar seu modelo econômico (Adalberto Roque/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de novembro de 2011 às 17h12.
Havana - O Brasil quer colaborar na 'atualização' do modelo econômico de Cuba e no aumento das exportações da ilha, indicaram nesta quarta-feira os participantes da Feira Internacional de Havana (FIHAV), considerada o encontro de negócios mais importante da ilha, que conta com a participação de 28 empresas brasileiras.
O embaixador do Brasil em Havana, José Eduardo Martins, afirmou nesta quarta-feira que o país compartilha o 'otimismo' de Cuba quanto às perspectivas econômicas da ilha, em meio ao plano de reformas impulsionado pelo Governo do presidente Raúl Castro.
'Tenho certeza de que o empresariado brasileiro vem aqui não só para vender, mas também para ajudar no esforço de 'atualização' do modelo econômico cubano e no esforço de Cuba para elevar sua capacidade exportadora e diminuir importações', destacou Martins.
As declarações do diplomata brasileiro foram realizadas durante a celebração do Dia do Brasil na FIHAV, evento aberto na segunda-feira passada com 1,5 mil empresários de 57 países.
O ministro de Comércio Exterior e Investimentos Estrangeiros de Cuba, Rodrigo Malmierca, ressaltou nesta quarta-feira que Brasil e Cuba promovem projetos em setores como saúde, educação, informática e agropecuária, entre outros, e pretendem 'potencializar' as áreas de complementação econômica.
'Em 2012, vamos continuar aprofundando e ampliando nossas relações econômicas e comerciais com novos objetivos estratégicos, dando ênfase naqueles que permitam a Cuba aumentar suas exportações para o Brasil e para outros países', destacou Malmierca.
O ministro cubano também comentou sobre as obras de construção e investimentos no porto de Mariel, ao oeste de Havana, classificando-o como o projeto ícone da cooperação econômica bilateral.
As instalações do porto de Mariel se ampliam com o objetivo de transformá-lo no principal porto comercial da ilha mediante uma associação de empresas cubanas e brasileiras, na qual os investimentos comprometidos pelo Brasil poderiam chegar a mais de US$ 500 milhões, enquanto os investimentos totais devem rondar os US$ 800 milhões.
Malmierca indicou que Cuba desenvolverá em Mariel uma 'zona especial', que permitirá atrair capital e tecnologia estrangeira, e onde a primeira empresa a ser constituída será em associação com o Brasil.
Em 2010, as 29 empresas brasileiras que participaram da FIHAV fecharam 543 contratos, que somaram US$ 69,1 milhões durante os 12 meses transcorridos depois do evento, superando os US$ 24,6 milhões gerados após a edição de 2009.
Neste ano, o Brasil está representado na feira com empresas dos setores industrial, de infraestruturas, construção civil, alimentação, transporte e comercialização de produtos para saúde, entre outros. EFE